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EM EVENTO DA ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE TRANSPORTE PÚBLICO, PRESIDENTE DA TRENSURB FALA DE DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Diretor-presidente Pedro Bisch Neto falou sobre a busca pela superação da crise do transporte público por meio de novos mercados, serviços e integrações.
22/06/2022

O diretor-presidente da Trensurb, Pedro Bisch Neto, participou do evento UITP 2022 Latin America Hybrid Experience, da Associação Internacional de Transporte Público (UITP, na sigla em Francês), realizado de forma híbrida – presencialmente e online – entre 6 e 9 de junho. Desde o dia 10 – por um período de 30 dias –, os participantes do evento têm acesso a gravações de depoimentos e reflexões dos principais líderes do setor de mobilidade da América Latina, dando um panorama do cenário do setor após a chegada da pandemia de Covid-19 e abordando o futuro da mobilidade. Um dos líderes a participar dessas gravações foi o diretor-presidente da Trensurb.

O tema proposto pela organização do evento foi ‘a crise é uma oportunidade?’. Procurando responder a essa pergunta, Bisch falou sobre a busca pela superação da crise por meio de novas relações, mercados, serviços e integrações. “A pandemia foi um desafio existencial para o nosso sistema”, afirmou o diretor-presidente. “O transporte precisou mostrar a sua capacidade de enfrentar a mais dramática das crises pela qual já passou”, completou. Ele destacou a postura proativa da Trensurb em relação à Covid-19 durante sua gestão – iniciada em março de 2020, quando a pandemia chegava ao Brasil. Logo no início da crise sanitária, a empresa já reforçava a limpeza de trens e estações e, em seguida, priorizou o uso de trens acoplados, buscando proporcionar maior distanciamento durante as viagens. “A prioridade era evitar que o trem se tornasse um elemento de difusão viral e conseguimos isso”, avalia.

Para além da questão sanitária, Bisch destaca a redução da demanda, que chegou a cair a cerca de 30% dos aproximadamente 160 mil passageiros transportados pela Trensurb antes da pandemia. Hoje, após uma retomada contínua da demanda, o número de passageiros transportados tem se mantido próximo dos 65% do fluxo pré-pandemia. O que ficou de aprendizado em relação à crise sanitária, segundo o diretor-presidente é que “só se vence essas batalhas convencendo as pessoas”. No caso, ele ressaltou a importância de convocar as equipes da Trensurb, apontar caminhos e convencê-las a “buscar a sua maneira de colaborar para que o objetivo seja atingido”. Nessa tentativa de superação da crise, Bisch destaca que a empresa segue buscando proporcionar melhorias para os usuários, como os estudos em curso para melhoria da bilhetagem eletrônica e a execução de obras de acessibilidade, incluindo a disponibilização de elevadores em todas as estações que antes não contavam com eles. “As crises são o momento ideal para pensar e mudar paradigmas, nós estamos mudando alguns paradigmas”, afirmou.

Com a demanda um pouco abaixo daquela do período pré-pandemia, Bisch afirma que ainda “existem mercados a serem buscados”. Para ele, a crise do transporte individual é maior que a do transporte público e dos metrôs: “Nós, do transporte coletivo, e dos metrôs em particular, temos que saber que há um mercado a ser buscado nessa faixa que usava veículos privados, individuais para se deslocar”. Ele considera que o baixo custo e os próprios hábitos dos jovens podem contribuir para que o transporte coletivo seja priorizado. Além disso, a busca da sociedade, de maneira geral, por mais inovação e sustentabilidade pode levar mais pessoas a usarem o transporte público: “Podemos chegar nesse mercado por meio de uma aderência maior à grande mentalidade de inovação que há no planeta. Nós somos ambientalmente compatíveis, não poluentes, rápidos, modernos, previsíveis. Temos todos os elementos que podem compor uma solução de maior sustentabilidade”.

Bisch também destaca que o ambiente do metrô, com suas estações espaçosas e como lugar de grande fluxo de pessoas é ideal para o oferecimento de serviços e formas de entretenimento diversos, que podem agregar à experiência do usuário e torná-la mais agradável. “Nós podemos ter música, informações, telas passando todo tipo de informação, programas, videoclipes”, exemplifica. “Temos que absorver isso e abrir nossas estações dento desse novo cenário”, declara o diretor-presidente.

Bisch considera, também, que “isso conversa muito com a ideia que o metrô passe a ser um eixo dinâmico com todas as multifacetas modernas do transporte”. Ele cita os carros de aplicativos, táxis, ônibus, motos, bicicletas e patinetes como meios de transporte que devem ser integrados, afirmando que essa é uma integração moderna e compatível, que atende aos anseios da população: “Essa equação fecha economicamente, as pessoas estão querendo isso, não é invenção nossa. Ninguém mais aguenta engarrafamento, ninguém quer saber de bater o carro”.

O diretor-presidente declarou ainda que “os metrôs têm condição de se tornar um centro de informação ao passageiro” e que “o nosso sistema tem que ter esse tipo de oferta, fácil, a um clique”. Para Bisch, os metrôs deveriam seguir o exemplo dos shopping centers, que passaram a agregar a seu fim primordial – o comércio – opções de exposições, apresentações e outras formas de entretenimento e informação. “O aumento da produtividade no trabalho nos deu mais tempo para fazer outras coisas, é preciso ocupar isso e ocupar com informação, cultura, entretenimento, música, coisas que tornem a vida mais agradável”, diz. “Eu acho que o metrô pode ser um momento agradável do transporte das pessoas e isso deve ser parte do nosso compromisso para recuperar o que perdemos”, completa.


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