Por meio do Espaço Multicultural Livros sobre Trilhos – a biblioteca do metrô –, a Trensurb está promovendo a Coletânea dos Artistas Gaúchos, projeto cultural que busca destacar a produção dos artistas visuais do estado, dando visibilidade ao seu trabalho para um público que não tem o hábito de frequentar os espaços tradicionais de exposição de arte. Os perfis nas redes sociais da Trensurb e do Espaço Multicultural divulgam, mensalmente, três obras de cada um dos 14 artistas participantes da Coletânea. As obras também são veiculadas nos monitores do Canal Você (presentes em trens e estações), que apoia o projeto. A curadoria da Coletânea é do poeta e assessor da Trensurb, Élvio Vargas, da artista multimídia Liana Timm e da professora Dione Detanico.
Neste mês, a Coletânea destaca três obras da artista Rita Gil: Santa Ceia, Hortênsia em Murano Amarelo e A Arca de Noé, pinturas sobre tela, produzidas em 2020. Nascida em Gramado, Rita é arquiteta, urbanista, artista visual e ativista cultural. Dedica-se a pintura, desenho, escultura, gravura, colagens e arte têxtil e outras formas de expressão. Com uma trajetória artística de 35 anos, realizou 25 exposições individuais e inúmeras coletivas, nacionais e internacionais. Em suas obras, são recorrentes temas religiosos, de cultura regional, moda, mulheres e política, que ganham vida através de cores fortes e formas realistas.
Confira a seguir a entrevista que realizamos com ela a respeito da participação no projeto e sua obra.
Desde quando tu produzes arte? Como foi tua trajetória?
Rita Gil – Desenhando desde os seis anos de idade, já buscava passivamente, talvez inconscientemente, as primeiras lições de arte em casa, com minha mãe, que era modista, minhas avós que bordavam e meu avô escultor. Vizinha do artesanato Gramadense, ainda criança, fazia visitas ao atelier e admirava as obras da criadora do Kikito, D. Elisabeth Rosenfeldt.
Qual é a tua grande inspiração artística?
Rita Gil – Minha inspiração sempre vem de um profundo e demorado mergulho no tema do qual vou tratar nas minhas obras, religiosidade, política, moda, mulheres e cultura regional, e acontecimentos atuais, são temas recorrentes em minhas obras, cores fortes e formas realistas contam histórias principalmente de minha terra natal Gramado.
Como é teu processo criativo?
Rita Gil – Vejo o mundo ao meu redor com um olhar diferente do olhar comum. Mas não existe nenhum segredo por trás disso, a não ser a capacidade de me debruçar sobre um trabalho, estudando, pesquisando e correndo todos os riscos. Com certeza a arquitetura tem me mostrado muitas soluções e caminhos com a linha, a dimensão, o jogo de cores e o detalhamento que me acompanha sempre.
O que motivou a escolha das artes para a Coletânea?
Rita Gil – Escolhi três que representam alguns de nossos momentos atuais, Fé representada na Santa Ceia, a esperança de cura da covid na arca de Noé e minha querida Gramado na hortênsia.
O que elas significam para ti?
Rita Gil – Amor, fé e esperança.
Como tu vês o projeto Coletânea dos Artistas Gaúchos?
Rita Gil – Um projeto direcionado a um público diferente do que vai regularmente às mostras de arte, deve ter sido muito bom as pessoas que usam o trem se familiarizarem com a arte gaúcha durante um ano.
Nos lápis de cores da infância estão todas as escalas cromáticas de tua obra?
Rita Gil – Sim, todas, sempre adorei cores fortes e vibrantes.
O desenho desde cedo e as cores representaram “as fundações oníricas dos teus quadros?
Após me formar em Arquitetura e Urbanismo, a paixão pelas artes só aumentou e tive a oportunidade de fazer vários cursos com destacados artistas, como Vera Wildner, Fernando Baril, Mara Caruso, Patrício Farias, Danúbio Gonçalves, Brito Velho, Astrid Lindenmayer, Mário Palermo, Elton Manganelli e Caé Braga. Minha criança sonhadora continuou produzindo muito, porém com técnicas mais apuradas.
O traço da arquiteta e o conhecimento da urbanidade influenciaram tua trajetória?
Rita Gil – Sim, o traço nunca me abandonou, tento não ter desenhos em perspectiva, mas sim sobrepondo planos como se fossem uma colcha de retalhos.
Toda a exuberância exótica e colorida de Tarsila do Amaral, bem como “o culto simbólico e regional sincretizado de Frida Kahlo”, com suas cores gravadas pelas cores emocionais da vida pessoal, devidamente refundidas, inauguraram “o momento original” de todo teu percurso de pintora?
Rita Gil – Com certeza.
TRENSURB COMPLETA 45 ANOS DE FUNDAÇÃO
Em 25 de abril de 1980, a empresa foi formalmente criada em assembleia geral de constituição após autorização, por decreto, do governo federal. Linha metroferroviária foi inaugurada em 1985.
TRENSURB DIVULGA EDITAL PARA NOVO CONCURSO PÚBLICO
Processo seletivo prevê provimento de 64 vagas, além de formação de cadastro reserva para 35 ocupações diferentes.
TRENSURB PREPARA REFORÇO NA MOBILIDADE PARA ATENDER DEMANDA DE PASSAGEIROS AO TÉRMINO DO GRE-NAL
Na noite de sábado (19), Trensurb disponibilizará ônibus, conforme demanda, transportando torcedores da Estação Anchieta diretamente até Mathias Velho, das 23h30 até a 0h15.
TRENSURB PROJETA RECONSTRUÇÃO DA VIA PERMANENTE SOBRE PONTE DO RIO GRAVATAÍ EM TRÊS DIAS
O próximo feriado possibilitará que a obra neste trecho seja realizada em sua totalidade, para isso serão necessárias alterações na operação.